27.6.17

SIRESP: Notícias macabras



«Ainda as contas de 2015 não estavam aprovadas e já os accionistas do SIRESP se reuniam em assembleia-geral para decidir o pagamento de dividendos.

A assembleia-geral decorreu em Janeiro de 2016, na qual foi deliberada "a distribuição de dividendos aos accionistas". Para isso, recorreram aos resultados transitados que nas contas de 2015 superavam os 13 milhões de euros. A título de dividendos foi pago um total de 6,675 milhões de euros, que foram repartidos pelos accionistas. A informação consta na prestação de contas individual referente a 2015, a que o Negócios teve acesso. Não foi possível apurar se a empresa voltou a pagar mais dividendos após esse primeiro pagamento.

Em 2015, aliás, a empresa SIRESP apurou lucros totais superiores a 3 milhões de euros, quando no ano anterior (2014) tinha registado lucros de 749 mil euros.

De acordo com as contas de 2015, os accionistas tinham metido na empresa, estando registado no passivo, 2,78 milhões de euros, sendo o capital social de 1,6 milhões. O último aumento de capital foi, aliás, realizado em 2009, o quinto desde 2007. E então ficou com os 1,6 milhões que ainda tem realizado.

O economista Joaquim Miranda Sarmento, que no jornal Eco analisou os números do SIRESP, refere que o esforço dos privados é de 15 milhões de euros de capital em 15 anos (o prazo do contrato), tendo no cenário base feito para o projecto referido como retorno acumulado projectado de 45 milhões. O economista diz que a projecção desse valor neste momento deverá ser superior.

Quem são os accionistas?

O maior accionista do SIRESP é a Galilei, empresa que antes era a SLN - Sociedade Lusa de Negócios e que mudou de nome depois da nacionalização do BPN. A Galilei está insolvente, a pedido da Parvalorem, um dos veículos que o Estado criou para activos do BPN após a sua nacionalização. A Galilei detém 33% do SIRESP, a que se juntam 9,55% da Datacomp, uma tecnológica que também faz parte do universo SLN/Galilei, e que está sob PER (Processo Especial de Revitalização). A PT, agora detida pela Altice, tem uma parcela de 30,55% do capital. A Motorola, que forneceu a tecnologia, tem 14,9% e, por fim, a Esegur (uma sociedade da Caixa Geral de Depósitos e do Novo Banco, então BES) tem 12%.»

(Daqui)
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